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sábado, 23 de junho de 2012

Comercialização Coletiva de Produtos da Agricultura Familiar.

                  No dia 23 de dezembro de 2010, a Casa da Agricultura de São Miguel Arcanjo em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente realizaram reunião com os membros da diretoria de três Associações de Produtores Rurais de São Miguel Arcanjo.

O objetivo da reunião foi sensibilizar os agricultores familiares quanto à oportunidade de Comercialização Coletiva de Produtos da Agricultura Familiar pelas Associações ou Cooperativas de Produtores Rurais, comentou o Engº Agrº Átila Queiroz de Moura, responsável pela Casa da Agricultura de São Miguel Arcanjo, que completou: “Infelizmente os agricultores tendem ao individualismo quando se trata de comercializar seus produtos, sendo bastante relutantes em organizar suas Associações ou Cooperativas para atuar na comercialização da produção de forma coletiva”.

Cada vez mais, os agricultores vêem seus esforços para produzir alimentos não serem recompensados financeiramente, causando a descapitalização e o empobrecimento da agricultura familiar. Por que esta tendência perversa está instalada em nossa agricultura familiar?

Os fatores que contribuem para este cenário têm muitos vértices, a começar pelos riscos da própria atividade agrícola em si, tais como perdas por fatores climáticos adversos, chuva de granizo, excesso de chuva ou períodos de seca, ocorrência de pragas e doenças, etc. Passando pelo freqüente aumento dos custos de produção, tais como adubos, herbicidas, fungidas, inseticidas que sempre tem seus preços atualizados pelas indústrias e repassados aos agricultores. E finalmente a questão da comercialização muitas vezes precária realizada pelo produtor de forma individual, na qual os comerciantes intermediários ofertam o menor preço possível a ser pago ao agricultor que muitas vezes não dispõe de informações de mercado suficientes para negociar melhor a venda de seus produtos, sendo sempre um tomador de preços, jamais sendo um formador de preços, pois não tem escala de produção, não pode oferecer sozinho uma logística de entrega à compradores que remuneram melhor, e trabalha com produtos perecíveis cuja venda não pode esperar mais tempo, dessa forma o produtor rural individualmente será sempre o elo mais fraco da cadeia produtiva.

Para atingir o objetivo da Comercialização Coletiva objetivando resultados economicamente mais satisfatórios aos agricultores no médio e longo prazo, será necessário às Associações e Cooperativas em primeiro lugar sensibilizar os agricultores para que a decisão de seguir esse caminho seja tomada em coletivo, antes de fazer é preciso sonhar, desejar, planejar, ter realmente a vontade de se lançar na comercialização e depois disso realmente buscar o aprendizado e a experiência cultural necessária para tratar as questões econômicas em coletivo, buscar a capacitação e a profissionalização na área comercial para vender bem a sua produção. E o que é a profissionalização na área comercial?

As Associações devem ter conhecimento da região, saber exatamente o que, como, quando e quanto cada um de seus associados tem de produção. Deve também ter uma Comissão de Comercialização formada por membros da entidade para organizar e dividir as tarefas pertinentes à comercialização, tais como negociação com compradores, contato com os produtores envolvidos, formação de carga, classificação e embalagens de produtos, contratação de frete, entre outras. Deve definir com muita transparência como serão as regras da comercialização conjunta para agricultores associados e não associados, negociar semanalmente os preços com os agricultores, definir os critérios para a remuneração da própria Associação/Cooperativa pelo pagamento dos serviços comerciais, propectar novos mercados e clientes, ter conhecimento dos preços e seu comportamento, conhecer os compradores, etc.

Certamente as Associações ou Cooperativas que decidirem atuar na Comercialização Coletiva terão muitos desafios, obstáculos e muito trabalho pela frente. Porém muitos benefícios desta empreitada poderão refletir significativamente na consolidação do Associativismo e Cooperativismo como instrumento das melhorias sociais, ambientais, políticas e econômicas da comunidade rural organizada, equilibrando as porcentagens de remuneração de cada elo da cadeia de produto, modificando a realidade muitas vezes perversa onde, plagiando o cantor Zezé di Camargo: “Tem alguém levando lucro, tem alguém colhendo fruto, sem saber o que é plantar! Está faltando consciência, está sobrando paciência, está faltando ..................”.
                                                                                       

Associativismo e a Comercialização Coletiva


        “Reunir-se é um começo, permanecer juntos é um progresso, 
               e trabalhar juntos é um sucesso.”         (Henry Ford)
  

O trabalho em equipe permitiu a reunião entre as Associações de Produtores Rurais de São Miguel Arcanjo, a Casa da Agricultura de São Miguel Arcanjo (Cati), a Secretaria Municipal de Agricultura (PMSMA) e a Equipe Comercial do Grupo Wall-Mart Brasil Ltda, no último dia 14 de Janeiro de 2011, na Sede da AMPRUBREVI - Associação dos Produtores Rurais do Bairro Brejaúva e Bairros Vizinhos em São Miguel Arcanjo.

O objetivo da reunião, além de sensibilizar os agricultores familiares quanto à oportunidade de Comercialização Coletiva de Produtos da Agricultura Familiar pelas Associações ou Cooperativas de Produtores Rurais, foi o de aproximar definitivamente a Agricultura Familiar do Mercado Varejista comprovando as vantagens e benefícios plenamente possíveis de ser alcançados com o início da atuação na Comercialização Coletiva, comentou o Engº Agrº Átila Queiroz de Moura, responsável pela Casa da Agricultura de São Miguel Arcanjo.

Destaque para a participação do Gerente Nacional de Hortifruti do Grupo Wall-Mart Engº Agrº Sr. Antônio Carlos Allegretti que apresentou o Programa Clube dos Produtores do Wall-Mart, informando em detalhes o funcionamento do mercado varejista, em relação a preços, credenciamento, condições de pagamento, negociação, logística, planejamento, qualidade dos produtos, e esclarecendo todas as dúvidas dos agricultores presentes que se sentiram à vontade para fazer perguntas francas e diretas.

A Prefeitura Municipal manifestando seu apoio ao fortalecimento da agricultura familiar e do associativismo se fez presente, representada pelo Secretário de Agricultura e Meio Ambiente Engº Agrº Sr. Roberto Yoshinori Furuya, que com sua ampla experiência em questões relacionadas à comercialização agrícola dirigiu diversas perguntas à Equipe do Wall-Mart que prontamente respondia a todos os questionamentos.

Os próximos passos para viabilizar o início da atividade comercial de forma coletiva, deverá ser o planejamento do negócio pela Associação de Produtores Rurais, definindo ações, estabelecendo parcerias e designando pessoas responsáveis em planejar, organizar, executar e controlar as atividades econômicas, estreitando o relacionamento da entidade com os agentes do mercado e com seus próprios associados, buscando alternativas p/ colocar seus produtos no mercado com mais lucratividade.

Dentre as principais vantagens da comercialização coletiva para os Agricultores Familiares podemos citar a Garantia de Comercialização, Redução de Tempo no Processo de Comercialização, Diminuição nos Custos de Transporte e de Embalagem, Preços Mais Rentáveis, Aumento do Tempo para Dedicar à Atividade de Produção, Aferição de Renda pela Associação. Quanto às vantagens para os Varejistas está a Garantia de Qualidade dos Produtos, Garantia de Fornecimento, Preços Melhores Considerando a Qualidade dos Produtos, Aumentarem a Quantidade de Fornecedores, ressaltou o Engº Agrº Átila Queiroz de Moura.

O futuro reserva grandes dificuldades ao modelo tradicional de comercialização praticada pelo pequeno agricultor de forma individual, enquanto que a atuação de PRODUTORES e COMPRADORES de forma integrada dá sinais claros de um futuro mais promissor.
(publicado em janeiro/2011: informativo CATI SMA)